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Por: Franz Lima - Curta nossa fanpage: Apogeu do Abismo
Mauricio de Sousa completou 80 anos em 2015. Destes, 60 foram dedicados aos quadrinhos, mais especificamente à Turma da Mônica, sua maior realização. Hoje, o trabalho de Mauricio é imortal. Os motivos para tal afirmação estarão expostos abaixo.
É difícil citar quantos desenhos (entre tirinhas, quadrinhos e até animação) sucumbiram ao longo dos 60 anos de existência da Turma da Mônica. O que posso garantir é que foram muitos que se perderam com o passar dos anos.
Algumas obras tinham potencial e qualidade, fatos que não impediram o esquecimento ou abandono. Há quem culpar por isso? Talvez a falta de apoio, recursos escassos ou a descrença no próprio trabalho diante da concorrência ferrenha de histórias e animações estrangeiras, principalmente a americana que sempre teve grande entrada em nosso país. Essa entrada massiva de material de outros países se deveu à crença de que o "importado" era melhor, mentalidade que persiste no comportamento dos brasileiros até hoje, mesmo que mais branda.
As editoras e produtoras também passaram por grandes problemas. Muitas, infelizmente, ruíram diante da inflação, crises financeiras e ingerência dos responsáveis. No caso de Mauricio, a competição com publicações da Disney e outras revistas voltadas ao público infantil foi determinante para o aprimoramento das histórias e personagens da Turma. Afinal, a guerra molda estratégias e mostra quem é capaz de sobreviver. Inimigos nunca, mas as produções dele estavam em rota de colisão com desenhos consagrados como Pernalonga, Recruta Zero, Pantera cor-de-rosa, Hanna-Barbera, Pica-pau e outros mais que, inclusive, chegaram ao Brasil como quadrinhos e transpuseram para a animação.
A chegada das técnicas de animação demorou a ocorrer aqui. Mesmo quando veio, ainda não dispúnhamos de técnicos hábeis e o processo de animação era bem caro. De qualquer forma, isso não impediu que os desenhos da Turma da Mônica ganhassem vida. Hoje, temos acesso a toda a tecnologia necessária para produzir desenhos com qualidade superior. Também contamos com leis de incentivo à produção cultural e financiamento de grandes empresas.
Mauricio transitou entre mudanças que hoje são imperceptíveis. Ele publicou em tirinhas (hoje, algo em desuso) e evoluiu para as revistas em quadrinhos. Mantém a publicação em quadrinhos, o que não o impediu de lançar desenhos animados. Trouxe os desenhos animados para o VHS, depois para o DVD, permitindo que as crianças tivessem acesso em casa.
Outra jogada de mestre foi a produção de revistas em formato 'mangá', o típico desenho japonês. Com a Turma da Mônica jovem, seu sucesso aumentou significativamente. Por fim, com o uso do Youtube e outras ferramentas da web, a turminha do bairro do Limoeiro ascendeu muito mais, conquistando, inclusive, público em todas as partes do mundo. Turma da Mônica Toy é um bom exemplo do alcance de sua criação na internet.
E o que dizer da criação do selo Graphic MSP? Essas revistas trouxeram versões diferentes - algumas adultas, outras não - dos personagens variados, incluindo a turma do Penadinho, Chico Bento, turma da Mata, Astronauta e outros. Com grande visão de mercado, Mauricio lançou as graphic novels com capas em brochura ou dura, alcançando dois tipos de público.
Vamos falar de iniciativa? Os desenhos dele incluíram cadeirantes, deficientes visuais, abordaram diferentes tipos de religiões, já fizeram campanha contra doenças, apoiaram a doação de sangue, entre outras atitudes inclusivas e voltadas à conscientização.
Hoje, os DVD da turminha contam com audiodescrição e linguagem de Libras, algo que deveria haver em todo filme ou desenho lançado. Infelizmente, esse é um sonho quase inalcançável.
Por tudo isso, pela simplicidade e atenção dispensada a seu público, pela evolução e revolução, pelo reconhecimento nacional e internacional, Mauricio de Sousa é um nome a ser homenageado. Muito mais virá, pois os horizontes para suas criações são infinitos.
O Apogeu do Abismo deixa essa singela homenagem e o reconhecimento a um indivíduo que fez de tudo para manter seu sonho vivo. Hoje, ele é a fonte de alegria e sonho de inúmeras crianças. Gerações divertiram-se e continuam a se divertir com as aventuras e bagunças de uma turminha que passa de pai para filho.
Tenho orgulho de dizer que meus filhos conheceram essas histórias por mim...
P.S.: minhas próximas aquisições serão a biografia do Mauricio, a versão dele para o Pequeno Príncipe e Turma da Mônica: Lições.
As editoras e produtoras também passaram por grandes problemas. Muitas, infelizmente, ruíram diante da inflação, crises financeiras e ingerência dos responsáveis. No caso de Mauricio, a competição com publicações da Disney e outras revistas voltadas ao público infantil foi determinante para o aprimoramento das histórias e personagens da Turma. Afinal, a guerra molda estratégias e mostra quem é capaz de sobreviver. Inimigos nunca, mas as produções dele estavam em rota de colisão com desenhos consagrados como Pernalonga, Recruta Zero, Pantera cor-de-rosa, Hanna-Barbera, Pica-pau e outros mais que, inclusive, chegaram ao Brasil como quadrinhos e transpuseram para a animação.
A chegada das técnicas de animação demorou a ocorrer aqui. Mesmo quando veio, ainda não dispúnhamos de técnicos hábeis e o processo de animação era bem caro. De qualquer forma, isso não impediu que os desenhos da Turma da Mônica ganhassem vida. Hoje, temos acesso a toda a tecnologia necessária para produzir desenhos com qualidade superior. Também contamos com leis de incentivo à produção cultural e financiamento de grandes empresas.
Mauricio transitou entre mudanças que hoje são imperceptíveis. Ele publicou em tirinhas (hoje, algo em desuso) e evoluiu para as revistas em quadrinhos. Mantém a publicação em quadrinhos, o que não o impediu de lançar desenhos animados. Trouxe os desenhos animados para o VHS, depois para o DVD, permitindo que as crianças tivessem acesso em casa.
Outra jogada de mestre foi a produção de revistas em formato 'mangá', o típico desenho japonês. Com a Turma da Mônica jovem, seu sucesso aumentou significativamente. Por fim, com o uso do Youtube e outras ferramentas da web, a turminha do bairro do Limoeiro ascendeu muito mais, conquistando, inclusive, público em todas as partes do mundo. Turma da Mônica Toy é um bom exemplo do alcance de sua criação na internet.
E o que dizer da criação do selo Graphic MSP? Essas revistas trouxeram versões diferentes - algumas adultas, outras não - dos personagens variados, incluindo a turma do Penadinho, Chico Bento, turma da Mata, Astronauta e outros. Com grande visão de mercado, Mauricio lançou as graphic novels com capas em brochura ou dura, alcançando dois tipos de público.
Vamos falar de iniciativa? Os desenhos dele incluíram cadeirantes, deficientes visuais, abordaram diferentes tipos de religiões, já fizeram campanha contra doenças, apoiaram a doação de sangue, entre outras atitudes inclusivas e voltadas à conscientização.
Hoje, os DVD da turminha contam com audiodescrição e linguagem de Libras, algo que deveria haver em todo filme ou desenho lançado. Infelizmente, esse é um sonho quase inalcançável.
Por tudo isso, pela simplicidade e atenção dispensada a seu público, pela evolução e revolução, pelo reconhecimento nacional e internacional, Mauricio de Sousa é um nome a ser homenageado. Muito mais virá, pois os horizontes para suas criações são infinitos.
O Apogeu do Abismo deixa essa singela homenagem e o reconhecimento a um indivíduo que fez de tudo para manter seu sonho vivo. Hoje, ele é a fonte de alegria e sonho de inúmeras crianças. Gerações divertiram-se e continuam a se divertir com as aventuras e bagunças de uma turminha que passa de pai para filho.
Tenho orgulho de dizer que meus filhos conheceram essas histórias por mim...
P.S.: minhas próximas aquisições serão a biografia do Mauricio, a versão dele para o Pequeno Príncipe e Turma da Mônica: Lições.
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