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Belas esculturas em argila feitas por Beth Cavener. Animais com sentimentos humanos.


Por: Franz Lima. Curta nossa fanpage: Apogeu do Abismo. #apogeudoabismo

*  Todas as análises das peças de Beth são fruto da minha interpretação delas, não refletindo, obviamente, a exata ideia da escultora por ocasião da criação delas. Afinal, a arte é um leque que revela nuances diferentes para cada um que a abre.


Arte em estado puro. Essa é a definição que encontro para as esculturas da artista Beth Cavener. Suas estátuas são magníficas e representam animais em situações inusitadas e poses surreais. O destaque fica por conta do processo de confecção das esculturas, demorado e bastante complexo, mas que resulta em obras cheias de vida e com aspecto bastante incomum, por vezes parecidas com as criaturas que podemos encontrar em filmes de Guillermo del Toro.
Mas é na sensualidade, no erotismo, que cada peça de Beth recebe seu toque de obra-prima. Coelhos, lebres, lobos e outros animais são vistos como seres cheios de sexualidade, atraentes aos olhos. A beleza, mesmo cheia de sensualidade, é agradável, jamais ganhando ares de algo vulgar.
A peça no início do post é chamada de A Amante, onde uma lebre ganha contornos femininos belos, sem qualquer necessidade de explicitar o sexo do animal ou sua volúpia. Notem que a arte da escultora ganhou "tatuagens" com design japonês graças à participação do artista Alessandro Gallo.

Outras obras da escultora se destacam também pela humanidade presente no olhar do animal esculpido. Há algo que emociona, talvez por lembrar a tristeza, melancolia ou carência que os olhos humanos tanto expressam nos dias de hoje.


Em cada peça esculpida, Beth Cavener impõe um pouco de vida. Há sempre uma mensagem por trás de cada arte, algumas incitando o espectador à reflexão, outras simplesmente evidenciam as lacunas por trás do comportamento do homem, ainda que os animais sejam a temática da artista.
A pompa a todo custo (notem as flechas que seguram o véu)

O sexo sem a paixão necessária

A introspecção
Apesar de algumas de suas obras mostrarem um aspecto inacabado, algo que é peculiar ao estilo da artista, todas elas têm um toque oriental em suas linhas. Na verdade, o aspecto inacabado é que dá movimento e vida às esculturas.


O vídeo abaixo mostra o processo por trás das estátuas. Elas são pesadas, complexas e feitas em partes. A arte do vídeo pesa mais de 270 quilos e levou 3 dias para concluir o molde. Metal, argila e inspiração são as ferramentas para dar vida à arte de beleza extrema e sempre referindo-se a algo peculiar do ser humano, ainda que as peças retratem animais. 
O estudo feito envolve planejamento, paciência e um talento inacreditável para dar forma às peças de arte.
Mas isso não significa que a escultura está pronta. Ela é seccionada em diversas partes ocas, remontada e uma nova escultura é feita com base no molde, antes da queima. Essa nova escultura é cortada em seções grandes a fim de se acomodar ao forno e lá permanecem secando gradualmente por uma semana. Nada fácil, não?


Alguns outros exemplos de obras com alusões aos sentimentos humanos:

Acuado ou abandonado em um canto

A expressão de quem perdeu ou está perdendo alguém.
Solidão
Sketch (rascunho) para uma das esculturas
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