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American Horror Story - Hotel. Review do primeiro episódio.



A quinta temporada da série American Horror Story chegou... de forma impactante.
Além de trazer a estrela da música pop, Lady Gaga, também fomos presenteados com um elenco competente e de renome, incluindo Kathy Bates, Angela Basset, Wes Bentley. 

O primeiro episódio...

A trama funciona em ritmo linear, mas apenas em algumas partes. A narrativa funciona, principalmente quando os flashbacks são inseridos de forma competente.
Logo de início somos apresentados a duas beldades russas (creio), cujo único interesse é diversão. São turistas que escolhem seu hotel pela internet. Como não poderia deixar de ser, descobrem que certas escolhas acabam custando caro.
No decorrer da história somos apresentados a outras personagens. Algumas podem parecer vazias à primeira vista, mas não se deixe enganar. Cada uma tem seu papel nessa intrincada teia. Em pouco tempo vocês irão adquirir empatia com as personagens. E é isso que irá provocar uma desagradável sensação de proximidade com o mal.

O Hotel...

A localidade, o hotel em si, é uma das peças mais sombrias da trama. Sua arquitetura é antiga, plena de linhas retas e corredores longos. O saguão é adornado por candelabros gigantes, imponentes. Ele é uma espécie de Triângulo das Bermudas, já que muitos de seus visitantes nunca mais são vistos novamente.
Apesar disso, o luxo do Hotel Cortez é bem visível, assim como o mal presente é palpável.

O policial...

Interpretado por Wes Bentley, o policial John Lowe é um homem obcecado por reparar um erro. Em função disso, boa parte de seu tempo é dedicado ao trabalho, como uma penitência. Suas aparições na trama sempre são cerceadas por fatos terríveis, ainda que isso não impeça as cenas onde seu lado "família" é exposto. Mesmo com dilemas e traumas, Lowe ganha espaço no episódio e será, acredito, fundamental no restante da temporada. 
Sua busca por reparação é permeada ainda por um maníaco com alto conhecimento tecnológico. Esse maníaco não se mostra no episódio, o que não impede que sua participação seja importante.

A atendente e Elizabeth Taylor...


Esses são duas personagens mostradas bem cedo no episódio. Entretanto, muito resta a ser revelado, incluindo os fatos que os levaram até o Hotel.
Kathy Bates interpreta a calma recepcionista Iris, uma mulher que oculta um passado de dor e morte. Elizabeth é o papel atribuído a Denis O´Hare. Sua aparência lembra uma drag queen e sua participação é bem velada, fato que não o impede de estar quase sempre envolto em mortes e mistério.

Lágrimas...

Uma personagem surge com um único propósito: torturar para arrancar lágrimas de suas vítimas. Pode parecer estranho, porém essas lágrimas, de alguma forma, trazem conforto a ela. Sua ligação com a atendente (Kathy Bates) é cheia de rancor.

O ritmo narrativo...

Em alguns momentos a história ganha ares de videoclip. As cenas são aceleradas ou passadas em câmera lenta. Muitos podem estranhar isso, mas eu achei importante para destacar personagens e situações. Tal como em uma peça teatral, cada item ou pessoa focado é uma "dica" do diretor.

As crianças...

Elas ainda são um mistério. Surgem de forma a lembrar o clássico filme O Iluminado, de Stanley Kubrick. Mesmo com visual de estudantes e sem dizer uma só palavra, é fácil compreender que não há a bondade típica da infância nelas. Uma delas tem ligação com a filha de John Lowe, Scarlett.
E algo me leva a crer que esses pequeninos são vistos pela Condessa (Lady Gaga) como seus filhos de sangue... literalmente.

Lady Gaga...

É uma mulher envolta em mistério. Sedutora e fatal, sempre acompanhada por um parceiro, sua presença traz medo até aos mais sombrios moradores do Hotel Cortez. Ela é uma assassina que se deleita com sexo e sangue em doses altas, algo mostrado com um pudor desnecessário, como se para proteger a imagem da cantora.

A camareira...

Ela surge em ocasiões variadas. Entretanto, sua presença é a total garantia de que haverá mortes. Sua especialidade? Remover manchas de sangue das roupas de cama. Os episódios seguintes irão esclarecer sua origem e os motivos por trás de sua mórbida função.


Uma inesperada reviravolta para os moradores...

O surgimento de Will Drake e seu filho levam alguns moradores a temer a saída do Hotel. Entretanto, mais do que um incômodo, Drake e seu filho ganharão importância nos episódios seguintes. 

Uma mãe perdida...

A esposa de Lowe sofreu uma grande perda. Essa parte de sua vida é mostrada em flashback, mas fica uma lacuna sobre o que ocorreu. Goste ou não, tal fato abalou seu relacionamento de forma brutal, rompendo alguns laços que dificilmente irão se reatar. Ela terá papel muito importante em um episódio futuro.
O amor de uma mãe é capaz de tudo.


Finalizando...

American Horror Story é uma série que caiu no gosto popular não à toa. Essa quinta temporada teve um começo bom, com cenas marcantes e atuações dignas do elenco que tem. Gostei da ambientação e da forma como as personagens vão se entrelaçando, fato que destaca um roteiro bem pensado e sombrio, conforme esperávamos. 
Um outro fator importante está na evidenciação de uma verdade que poucos gostam de ouvir: todos, sem exceção, guardam segredos e pecados. Os níveis podem variar, mas todos escondem e pecam. Com essa premissa e os demais fatores citados neste post, temos uma promessa de que essa série brilhará tanto quanto as temporadas anteriores.
Em breve, novas avaliações dos capítulos que se seguem...
P.S.: parabéns para a inclusão brilhante de uma música clássica nas cenas finais. Ela se encaixou perfeitamente ao título da série.

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