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Quando o mercado editorial é comandado pelos jovens...

Em uma recente matéria publicada pela Folha, Úrsula Passos chama a atenção para um fato que comprova a necessidade dos leitores brasileiros pela conclusão das sagas por eles lidas: o prazo entre uma publicação literária e sua(s) sequência(s) está bem menor. 
Isso não se deve apenas ao apreço dos editores pelos leitores. A verdade é que a manutenção dos leitores, isto é, a conservação do número de leitores entre uma publicação e outra estava caindo vertiginosamente, motivada pelo longo espaço entre as publicações.
É desanimador para o leitor esse intervalo longo entre os livros. Em um período onde a literatura apela para as trilogias, quadrilogias, etc, fica difícil manter o interesse do público quando há demora nos lançamentos. Outro fato interessante está no público-alvo da literatura sequenciada: ele é, basicamente, constituído de jovens. Alguém conhece pessoas mais apressadas ou impacientes (não no sentido ruim da palavra) que os adolescentes e jovens? Eles são devoradores daquilo que curtem. São, literalmente, consumidores que precisam ter o que gostam dentro de seu próprio tempo, não dentro do tempo que os editores querem. 
E eles estão corretos? Para mim, estão. Levemos em conta que muitas séries estrangeiras já chegam aqui finalizadas, porém demoram demais para serem publicadas. Marketing ou não, o fato é que isso incomoda e desestimula o leitor.
As cobranças ocorrem até mesmo pelas redes sociais. Leitores entram em contato com os autores e pedem que a publicação ocorra o mais breve possível. No caso das edições já finalizadas, isto é fácil. Porém há séries inacabadas que não podem ter seu processo criativo acelerado. Aliás, quando esse processo de aceleração ocorre, o que vemos é uma continuidade mal feita e fãs decepcionados. 
As novas tendências editorias permitem que os leitores tenham ao seu alcance, quase em tempo real, as obras de seus autores preferidos. Os velhos tempos onde livros eram publicados com anos de diferença para seus países de origem acabou. Resta-nos ter esse tipo de tratamento também nas publicações com conteúdo didático e em obras de conteúdo mais "sério", não apenas nas obras de literatura fantástica.  


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