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Os mais recentes lançamentos pela Companhia das Letras.


Longe da árvore, de Andrew Solomon
Autor do aclamado O demônio do meio-dia, em que dissecou o inferno da própria depressão, Andrew Solomon investiga dez categorias de diversidade – tão heterogêneas como surdez, genialidade musical, autismo, gravidez por estupro, esquizofrenia, transgeneridade e síndrome de Down – para compor um extraordinário mosaico da experiência de criar filhos não ajustados às definições usuais de “normalidade”.

Imobilismo em movimento, de Marcos Nobre
Imobilismo em movimento recupera os primeiros anos pós-redemocratização, da campanha pelas Diretas Já à primeira eleição presidencial desde a ditadura. Passa em revista os dois governos FHC, a era Lula e chega até Dilma Rousseff. Com uma clareza que reaviva na memória as mazelas recentes do Brasil, o autor resume os principais lances de cada administração – os escândalos de corrupção, as crises e planos econômicos, as viravoltas eleitorais. Pela primeira vez num trabalho de fôlego, o leitor tem uma perspectiva que dá sentido à Constituição de 1988, ao impeachment de Collor, ao Plano Real, ao boom econômico da era Lula, ao mensalão e às revoltas que tomaram as ruas em junho de 2013.

Brejo das almas, de Carlos Drummond de Andrade
O segundo livro de poemas de Drummond é um dos conjuntos mais poderosos de versos da nossa lírica. Enfileirando clássicos como “Boca”, “Soneto da perdida esperança”, “O amor bate na aorta” e “Hino Nacional”, entre outras pedras de toque do nosso modernismo, Brejo das almas ainda tem a particularidade de trazer, pela primeira vez na obra do poeta mineiro, um soneto – algo que as hotes modernistas rechaçaram de forma enérgica. Mais uma demonstração de ironia e espírito livre deste grande poeta.

O drible, de Sérgio Rodrigues
Murilo Filho, um famoso cronista esportivo à beira da morte, desfia suas memórias da época de ouro do futebol enquanto tenta se reaproximar de seu único filho, Neto, medíocre revisor de livros de autoajuda obcecado pela cultura pop da década de 1970, com quem rompeu relações há mais de vinte anos. Entre os craques do passado que revivem em suas histórias está o fascinante Peralvo, jogador de talento literalmente mágico que deveria ter sido “maior que Pelé”.  A tática de Murilo, porém, deixa buracos na defesa, nos quais Neto acaba por vislumbrar um terrível segredo de família enterrado nos porões da ditadura militar. Em seu terceiro e mais ambicioso romance, Sérgio Rodrigues empreende uma celebração, inédita em nossa literatura, do glorioso passado esportivo brasileiro, sem alienar o leitor que, como Neto, se sente um peixe fora d’água no “país do futebol”.

A casa do silêncio, Orhan Pamuk
Uma velha senhora aguarda a chegada da morte num balneário turco. À mansão em que vive já passou por dias melhores. E o que já fora uma bucólica vila de pescadores se transforma rapidamente num refúgio para os endinheirados do país. Seus netos a visitam anualmente – e representam alguns dos destinos da juventude naquele início dos anos 1980: o deslumbre com o consumismo norte-americano, o engajamento de esquerda refém do realismo socialista soviético, a frustração profissional. Tecido com maestria, esse jogo de visões e gerações compõe um arabesco que anuncia uma das vozes mais contundentes da literatura contemporânea.

A paisagem moral, de Sam Harris
Depois de se afirmar como opositor ácido da religião em A morte da fé, Sam Harris lança um livro explosivo para derrubar o muro que separa os fatos científicos dos valores humanos. O argumento central parte do princípio de que não é preciso um deus para definir as decisões de cunho moral: elas devem buscar o bem-estar da humanidade. O autor explora o equívoco na relação que traçamos entre a moral e as outras formas de conhecimento humano, invocando a ciência como a bússola para orientar sua tese.

Madrugada suja, de Miguel Sousa Tavares
Numa madrugada em Évora, três universitários e uma jovem de dezesseis anos saem para uma farra regada a muito álcool que finda em tragédia. Um dos rapazes é Filipe, o último descedente da minúscula aldeia alentejana de Medronhais da Serra, hoje habitada por um único homem, seu avô, Tomaz da Burra. Miguel Sousa Tavares, autor do bes-seller Equador, narra a vida desta família, desde a Revolução dos Cravos, em abril de 1974, até os nossos dias. Filipe é criado pelos avós nessa aldeia fora do tempo 0 um lugar que teve pouco mais de cinquenta habitantes e demorou muito a ganhar o seu televisor. Adulto, ele se torna arquiteto e irá conhecer cada vez mais de perto as sujeiras da corrupção política. Porém, ao tentar não se envolver num esquema de fraudes e propinas, voltará a ser assombrado pela trágica noite que viveu na juventude. Além de um retrato crítico e acurado sobre as mudanças em Portugal nos últimos quarenta anos, o leitor encontrará aqui uma história fascinante sobre como os acasos da vida nos levam a situações-limite.

É um livrinho, de Lane Smith
Um livro é um brinquedo nas mãos de um bebê. Mesmo sem acompanhar a história, eles adoram olhar as ilustrações, virar as páginas, dar uma mordidinha… Como uma versão “mini” de É um livro, que reafirma o amor às letras impressas em papel frente às novas tecnologias, aqui um burrinho procura saber para que serve o objeto quadrado que tem nas mãos. Uma ode, bastante divertida, ao velho e bom livro.

Editora Paralela

Manual do mimimi, de Lia Bock
SALVE O AMOR. Aquele de conchinha e barba na nuca, que pode durar para sempre ou só até amanhã. Aquele amor sem medo, sem freio que ama e pronto. Salve o amor que a gente dá e pega de volta outra hora, outro dia, com outra pessoa. Aquele aconchego facinho que não posa, não se esforça, não finge. Salve o amor-próprio que resolve a vida de muitos, o amor das amigas que aguenta, arrasta e levanta. Salve o amor na pista, que roça, se esfrega, se joga e vai embora. Um amor só pra hoje, sem pacote de presente, sem laço ou dedicatória. Salve o primeiro amor, que rasgou, perfurou, corroeu… ensinou. Salve o amor selvagem, o amor soltinho, o amor amarradinho. Salve o amor da madrugada, sincero enquanto dure e infinito, posto que é chama. Salve o amor nu, despido de inverdades e traquitanas eletrônicas. Salve o amor de dois a dez, um amor sem vergonha, sem legenda. Salve o amor eterno, preenchido de muitos ardores. Salve o amor gigante, mas sem palavras, o rotativo e escrito, salve o amor rimado, cego, de quatro. Salve o amor safado, sincero e sincopado, o amor turrão e o encaixado.

Fome de Deus, de Frei Betto
Nos dias de hoje, em que todos correm contra o tempo para cumprir compromissos, tem se tornado cada vez mais difícil encontrar momentos de tranquilidade, de reflexão e de encontro consigo e com Deus. No entanto, ao contrário do que pode parecer, a falta de tempo para a intimidade com Deus não significa falta de necessidade. As pessoas que, muitas vezes, se sentem carentes, vazias e perdidas, podem encontrar o que buscam em pequenos instantes de espiritualidade. Neste livro, Frei Betto, um dos mais importantes e ativos líderes religiosos brasileiros, aborda temas como a oração, o amor ao próximo, a fé, a vida de santos, sempre a partir de um ponto de vista atual. Por meio de textos simples, curtos, mas extremamente profundos, nos propões um encontro transparente e frequente com Deus – experiência mais rica e significativa do que imaginamos.

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