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Novidades em livros pela Companhia das Letras.



Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida
Leonardo, protagonista destas Memórias, nada tem em comum com os heróis românticos de sua época. Filho de “uma pisadela e de um beliscão” em um flerte em alto-mar, desde cedo abraça o ócio como único modo possível de vida, inaugurando, segundo Antonio Candido, uma nova modalidade de narrativa, a do romance-malandro. Publicado pela primeira vez há mais de 150 anos, como folhetim no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, a história de Leonardo chega ao leitor moderno com um vigor narrativo impressionante. Nas palavras de Ruy Castro, que assina o inspirador prefácio desta edição e alça Memórias à categoria de obra-prima da nossa literatura, o romance é um “milagre” e “uma façanha literária”, sem a qual “não teríamos ouvido falar — na literatura, na crônica, na música popular — de Machado de Assis, João do Rio, Lima Barreto, Carmen Miranda, Noel Rosa, Millôr Fernandes, Carlos Heitor Cony, Chico Buarque, Ivan Lessa e tantos outros discípulos, confessos ou inconscientes, de Manuel Antônio de Almeida”.

Alta fidelidade, de Nick Hornby (Trad. Christian Schwartz)
“Me pego preocupado, de novo, quanto àquele negócio da música pop, se gosto dela porque sou infeliz, ou se sou infeliz porque gosto dela.” Rob não tem como saber. Desde garoto consome toneladas de música, coleciona vinis raros, grava fitas temáticas e se apaixona por garotas que, no mínimo, tenham a decência de não gostar do Sting. É por isso que aos 35, depois que a namorada, Laura, vai embora de casa, ele não sabe o que dói mais: ouvir as letras chorosas de todas aquelas músicas que deram algum significado a tantos momentos de sua vida ou lembrar do tempo em que elas não o deixavam assim infeliz. Num processo de revisão incessante e obsessivo — qual o top five dos piores foras de todos os tempos? e as quatro piores coisas que se pode fazer a um namorado sem ele saber? —, Rob vai buscar uma reconciliação com a vida, com as ambições que um dia teve para sua combalida loja de discos e, quem sabe, com a própria Laura. Repleto de um impagável humor autodepreciativo que faz de Rob um personagem ainda mais carismático, Alta fidelidade se tornou rapidamente um clássico pop — um encontro do romance de formação com a comédia romântica, tudo isso acompanhado de uma trilha sonora da melhor qualidade.

Febre de bola, de Nick Hornby (Trad. Christian Schwartz)
Acompanhar o futebol é um prazer para a maioria das pessoas, mas quando esse interesse vai além do entretenimento e leva um homem a atrelar seus fracassos e conquistar pessoais ao desempenho de um time, a paixão muda de nome e se torna algo próximo do amor louco — ou de um vício incontrolável. É como tendência incurável à obsessão e ao desterro que Nick Hornby descreve sua relação com o Arsenal, time que a maioria dos torcedores ingleses ama odiar. Fiel ao impopular clube desde os onze anos, o escritor se apresenta neste livro de memórias como alguém que relega a literatura, o diploma de Cambridge e até a família ao banco de reservas, à espera de uma brecha no calendário de jogos para entrar em campo. Nesta coleção de pequenos ensaios repletos de afeto, confissões e uma memória milimétrica — capaz de recriar lances inteiros de uma vida encarada como metáfora do futebol —, Hornby revela a dimensão humana das multidões que lotam os estádios dispostas a passar noventa minutos de sofrimento em nome da alegria improvável de um gol.

O legado de Humboldt, de Saul Bellow (Trad. Rubens Figueiredo)
“Poeta, pensador, bebedor problemático, ingestor de pílulas, homem de gênio, maníaco-depressivo, maquinador requintado, história de sucesso, no passado escreveu poemas de grande argúcia e beleza.” Esse é Von Humboldt Fleisher, o exuberante autor de Baladas de Arlequim, livro que fez Charlie Citrine cruzar o país em busca de uma carreira na literatura. Mas a vida de Humboldt foi um fracasso, e ele morreu no esquecimento e sem amigos, tendo rompido até mesmo com seu mais dedicado pupilo. Agora é a vida de Citrine, depois de atingir fama e fortuna no sucesso de um personagem inspirado em Humboldt, que parece descarrilhar como a de seu antigo mentor. Às turras com a lei, mulheres e um mafioso que destruiu sua Mercedes a pauladas, Charlie recebe do amigo um presente além do túmulo, um legado que poderá colocar sua vida no eixo de uma vez ou terminar por enterrá-la, como tudo a sua volta parece indicar. (Romance vencedor do prêmio Pulitzer)

Degelo, de Ilija Trojanow (Trad. Kristina Michahelles)
São muitas as maneiras de entender o apelido que Zeno Hintermeier, um estudioso de geleiras obcecado pelo aquecimento global, ganhou de seus colegas de trabalho — “Mr. Iceberger”. Solitário, frio, à deriva, Zeno está cada vez mais instransigente com os homens, de maneira geral, e mais especificamente com os turistas que leva à Antártida, como coordenador da expedição do navio cruzeiro Ms Hansen. Depois do derretimento completo da geleira que pesquisava nos Alpes, ele não tolera mais os comportamentos de agressão ao meio ambiente. As anotações ácidas do cientista, que caminha para a loucura à medida que viaja mais ao sul, tecem a trama deste romance de Ilija Trojanow, uma das vozes mais notáveis da literatura alemã contemporânea. Em meio a atrapalhações dos viajantes, uma intervenção artística em pleno continente gelado e uma comunicação difícil por rádio, Mr. Iceberger planeja um último grito de desespero.

As garras do leopardo, de Chinua Achebe (Trad. Érico Assis; Ilustrações de Mary Grandpé)
No começo, todos os bichos eram amigos. Eles não tinham garras nem dentes afiados — nem mesmo o rei, o bondoso leopardo. A única exceção era o cachorro, que, com seus caninos pontudos, era motivo de gozação entre os animais. Certo dia, o cão, cheio de rancor, resolveu usar o que tinha de diferente para enfrentar o rei leopardo e se tornar o bicho mais poderoso da selva. E foi assim, a dentadas, que ele derrotou o grande líder, mandando-o para bem longe. Mas o leopardo logo retornaria. Dotado de um rugido ainda mais forte, de garras afiadas e dentes reluzentes, o antigo rei queria fazer justiça — e a partir daí a vida na selva nunca mais seria a mesma.

História de dois amores, de Carlos Drummond de Andrade (Ilustrações de Ziraldo)
Osbó era um elefante de bem com a vida. Ele estava tão ocupado pensando nas férias que tiraria para descansar de suas obrigações como chefe da manada que nem percebeu uma pulga — aliás, um pulgo — instalada atrás de sua orelha. É assim que começa esta história da amizade entre Pul, o pulgo, e Osbó, o elefante. Juntos, eles viajam, enfrentam guerras, riem e choram — até chegar aquele dia em que a convivência fica complicada. Vaidoso por ser amigo de um bicho importante, Pul passou a distribuir ordens por todos os lados e a ser malcriado à toa, inclusive com Osbó. Mas pra tudo existe uma solução. E, em muitos casos, essa solução é aquela coisa que todo mundo sente, que dizem que move até montanhas.

Editora Paralela

Os 500, de Matthew Quirk (Trad. Ana Ban)
Após uma infância e uma juventude complicadas, tudo que Mike Ford queria era uma vida honesta. Seguiu à risca a trajetória de um grande homem: se formou em direito em Harvard com as melhores notas e já era visto como a nova promessa do Grupo Davies — a mais poderosa empresa de consultoria de Washington. No entanto, quando já desfilava entre os mais importantes figurões dos EUA, Mike percebeu que sua nova vida talvez estivesse baseada em muito menos honestidade do que seu passado como jovem criminoso. Mas será que tudo que ele havia conquistado não seria suficiente para que aceitasse aquela situação?

Editora Seguinte

Três é demais, de Ali Cronin (Trad. Rita Sussekind)
Jack está perdidamente apaixonado. Ollie evita relacionamentos sérios. Donna não consegue arrumar um namorado. Mas e Cass? Todos acham que ela tem tudo que uma garota poderia desejar, mas a realidade está longe de ser perfeita. Seus amigos odeiam Adam, seu namorado. E seu melhor amigo está apaixonado por ela. Cass está dividida. Como ela irá escolher entre os dois? Acompanhe o emocionante último ano na escola de quatro garotas e três garotos.

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