Por: Franz Lima.
A arte de escrever, desenhar e produzir um filme ou desenho é algo sempre complexo. Não pensem que a tal folha em branco aparece já preenchida com um texto brilhante. Há sempre a necessidade de uma lapidação, um aprimoramento do que foi escrito para, muito após, publicar. O mesmo ocorre com uma pintura, um filme ou animação. Tudo que foi citado é fruto de muito suor, paciência e amor pelo que se faz.
Quando o processo de criação é registrado, alguns pensam que é apenas material extra, algo para encarecer o produto final. Eu, pessoalmente, não vejo assim. Ter acesso ao making of de um filme, ver como é o passo-a-passo da criação de uma graphic novel ou entender como a música foi elaborada é um privilégio. Esse tipo de material é um ensinamento aos que buscam adquirir a astúcia dos grandes mestres. Com os acertos (e erros) mostrados nesses bastidores, certamente aprenderemos mais a cada dia.
Caso goste de animação, tenho certeza que irá curtir cada segundo do vídeo abaixo sobre o longa animado "Valente". Mas podem continuar e ver o que mais reservo para vocês...
Após este instrutivo vídeo, vamos dar continuidade ao assunto. Com base no que viram, provavelmente perceberam que há muitas dicas - não confundir com tutoriais - sobre os processos criativos que os produtores usam. A técnica é algo que pode ser aprendido em livros, mas a possibilidade de construir e produzir mesmo diante de adversidades é aquilo que alguns chamam de 'carta na manga'. Apenas a experiência e a vontade para aprender são capazes de sobrepor até a pior das expectativas.
Então, alguns podem estar se perguntando: mas o que isso tem a ver comigo? Sou escritor, não desenhista ou produtor cinematográfico. Logo...
Não há um aprendizado específico. Tudo que vivemos, lemos, contemplamos é usado para aprimorar o conhecimento. Quando assistimos um filme muito bom, filtraremos algo que pode ser usado para compor um poema, escrever um livro, fazer um desenho ou simplesmente ser aplicado no dia-a-dia. Respondi sua pergunta?
Recentemente tive o prazer de assistir ao primeiro filme da trilogia 'O Hobbit'. Antes, entretanto, vi todos os vídeos feitos por Peter Jackson, Andy Serkis e a equipe dos filmes que realizaram um verdadeiro diário digital. Honestamente, aprendi muito sobre cooperação, os bastidores de uma produção tão grandiosa, quais são as barreiras para se chegar a um resultado tão primoroso e muito mais. Aprendi realmente, vendo esses diários de produção. Também aumentei minha admiração pelo diretor e todos envolvidos na obra.
Posso, ainda, citar os sketches e correspondências trocadas entre o desenhista e o roteirista de Watchmen, que funcionam como uma agenda de compromissos e também um diário. Mas o que mais me surpreendeu foram as dificuldades encontradas pela dupla na época (vale ressaltar que havia outros colaboradores), principalmente por serem ingleses que trabalhavam com editores norte-americanos em uma época onde o e-mail, as redes sociais e todos os recursos que temos hoje eram simplesmente ficção para a maioria das pessoas do mundo. Ler essas anotações é uma verdadeira lição de história e um aprendizado que jamais encontraremos em outro lugar.
Com base nesses acertos e, claro, no sucesso da graphic novel é que chegamos ao filme que prestou uma grande homenagem aos idealizadores de uma das mais aclamadas e cultuadas HQ da história.
E o que falar sobre as correspondências de Tolkien com seus filhos, editores e amigos? Todo o processo de criação é debatido exaustivamente nessas cartas onde é possível, inclusive, ver a opinião de outro consagrado escritor: C. S. Lewis. Alguém discorda do potencial de aprendizado contido em amigáveis e acaloradas cartas entre essas pessoas? Caso sua resposta seja afirmativa, basta relembrar (ou descobrir) que tais correspondências viraram um livro, o que reforça sua importância histórica como documento e como fonte de pesquisa.
Por fim, espero sinceramente que este post sirva para evidenciar um fato: o aprendizado é ininterrupto e vem de vários pontos diferentes. O ensinamento linear já não mais existe. Portanto, caso você seja um escritor, desenhista, roteirista, cineasta ou qualquer outro tipo de profissional, passe a olhar em todas as direções e valorize os ensinamentos que estão diante de você. Mesmo as pequenas lições são capazes de auxiliar a moldar os grandes homens.
Então, alguns podem estar se perguntando: mas o que isso tem a ver comigo? Sou escritor, não desenhista ou produtor cinematográfico. Logo...
Não há um aprendizado específico. Tudo que vivemos, lemos, contemplamos é usado para aprimorar o conhecimento. Quando assistimos um filme muito bom, filtraremos algo que pode ser usado para compor um poema, escrever um livro, fazer um desenho ou simplesmente ser aplicado no dia-a-dia. Respondi sua pergunta?
Andy Serkis e Peter Jackson |
Recentemente tive o prazer de assistir ao primeiro filme da trilogia 'O Hobbit'. Antes, entretanto, vi todos os vídeos feitos por Peter Jackson, Andy Serkis e a equipe dos filmes que realizaram um verdadeiro diário digital. Honestamente, aprendi muito sobre cooperação, os bastidores de uma produção tão grandiosa, quais são as barreiras para se chegar a um resultado tão primoroso e muito mais. Aprendi realmente, vendo esses diários de produção. Também aumentei minha admiração pelo diretor e todos envolvidos na obra.
Posso, ainda, citar os sketches e correspondências trocadas entre o desenhista e o roteirista de Watchmen, que funcionam como uma agenda de compromissos e também um diário. Mas o que mais me surpreendeu foram as dificuldades encontradas pela dupla na época (vale ressaltar que havia outros colaboradores), principalmente por serem ingleses que trabalhavam com editores norte-americanos em uma época onde o e-mail, as redes sociais e todos os recursos que temos hoje eram simplesmente ficção para a maioria das pessoas do mundo. Ler essas anotações é uma verdadeira lição de história e um aprendizado que jamais encontraremos em outro lugar.
Com base nesses acertos e, claro, no sucesso da graphic novel é que chegamos ao filme que prestou uma grande homenagem aos idealizadores de uma das mais aclamadas e cultuadas HQ da história.
E o que falar sobre as correspondências de Tolkien com seus filhos, editores e amigos? Todo o processo de criação é debatido exaustivamente nessas cartas onde é possível, inclusive, ver a opinião de outro consagrado escritor: C. S. Lewis. Alguém discorda do potencial de aprendizado contido em amigáveis e acaloradas cartas entre essas pessoas? Caso sua resposta seja afirmativa, basta relembrar (ou descobrir) que tais correspondências viraram um livro, o que reforça sua importância histórica como documento e como fonte de pesquisa.
Por fim, espero sinceramente que este post sirva para evidenciar um fato: o aprendizado é ininterrupto e vem de vários pontos diferentes. O ensinamento linear já não mais existe. Portanto, caso você seja um escritor, desenhista, roteirista, cineasta ou qualquer outro tipo de profissional, passe a olhar em todas as direções e valorize os ensinamentos que estão diante de você. Mesmo as pequenas lições são capazes de auxiliar a moldar os grandes homens.
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