Fonte das fotos: Stranded Kosmonaut
Texto: Franz Lima
Os famosos soldados verdes (imortalizados em Toy Story) são versões de combatentes em pleno exercício da função. Mensageiros, infantes, artilheiros... são muitas as situações retratadas nessas miniaturas. Contudo, a hora para brincadeiras parece ter acabado para uma empresa que criou novas versões dos "green soldiers". Nessas novas versões, ao invés das tradicionais poses onde os guerreiros parecem indestrutíveis, temos soldados expostos aos principais malefícios do pós-guerra.
Muitos, infelizmente, ainda veem nas guerras algo positivo. Séries e filmes dão um tom romântico aos combates e minimizam o impacto psicológico, físico e social que acompanham os combatentes antes, durante e depois das guerras. Não há como passar incólume aos horrores de combates que estão cada vez mais violentos. Sequelas ficarão para sempre nos corpos e nas almas dos que passaram pelo front.
Mas, afinal, quem se importa? Enquanto o mercado de armas continuar dando lucro para as potências industriais e bélicas, enquanto nossa memória for fraca e as mídias responsáveis por cobrir tais eventos não usarem de um realismo exarcebado, retratando toda a crueldade e dor... pouco mudará.
Uma das mais comuns situações para os combatentes veteranos é a não-absorção por parte do mercado de trabalho. Desempregado e com a mente tomada pelos traumas, poucas opções decentes restam ao soldado.
Fome, descaso, abandono e a mente transtornada são alguns dos fatores que levam ex-combatentes ao suicídio.
Afastado do convívio militar, recluso em seus próprios pensamentos e lembranças, o soldado acaba por se transformar em um ser antissocial, muitas vezes propenso à violência, principalmente no ambiente familiar.
As sequelas físicas, somadas às psíquicas, transformam um homem que lutou por sua pátria em um pária. A sociedade não é dotada de uma memória longa e, por isso, os feitos de seus combatentes tendem a cair no esquecimento ou descaso. O que esperar de alguém que foi treinado para matar e combater e, após cumprir sua missão, recebe como pagamento por seus atos, a indiferença e a mutilação?
Não sei quais foram as reais intenções dos produtores dessas miniaturas, contudo posso afirmar que a situação no mundo todo é muito mais grave do que divulgam e, através desse post, espero que essa mensagem chegue a alguém que possa modificar a dura realidade de pessoas que lutaram por motivos que - quase sempre - desconhecem.
Ainda tenho esperanças de que a palavra guerra, um dia, seja simplesmente uma palavra... nada mais.
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