Pular para o conteúdo principal

Chaves, a história oficial ilustrada (resenha do livro).

Não mentirei sobre um detalhe: há pouco tempo que curto realmente a série "Chaves", infinitamente reprisada no SBT e, atualmente, exibida em seu novo formato até na TV paga, em desenho animado.
Contudo, a fama e o apelo humorístico da série, além do outro sucesso "Chapolin", levaram-me a buscar mais sobre o que teria de tão bom nestas produções a ponto de transformá-las em sucessos que marcariam gerações.
E, novamente, outra confissão: adorei o que descobri. As séries tem um humor simples, mas eficiente, sem necessitar de apelos e acessos, sem brincar com defeitos físicos, sem uso de brincadeiras com conteúdo racista ou os "recursos" usados nos humorísticos de hoje. Enfim, tornei-me fã de Chespirito e sua trupe. 
Então, de posse de um vale-compras da livraria Eldorado (isso não é um jabá), fui em busca da biografia do... Metallica. Sim, eu não iria comprar a história de Chaves. Minha meta era adquirir uma das duas biografias à venda da banda, porém não havia um único exemplar disponível. Um pouco triste por tal ocorrido, pesquisei outros livros, mesmo triste por não achar o que queria.
Abreviando a história (preciso manter o foco, pois isso é uma resenha) encontrei esse livro que me chamou a atenção pela simplicidade. Com as cores do Chapolim e fotos e ilustrações em preto-e-branco, interessei-me pela história dedicada não só à série televisiva, mas também à mente por trás disso tudo: Roberto Gómez Bolaños.
Admiro demais a trajetória do Metallica, porém não me arrependo por adquirir a obra sobre a qual escrevo agora. Tal e qual o tema que dá nome ao livro, fui cativado pela simplicidade do conteúdo escrito e as imagens que compõem a obra. Simples não é sinônimo de conteúdo ruim, reforço.
Após as devidas explicações, vamos ao que é primordial: o livro em si.
Chaves - a história oficial ilustrada - é um livro escrito sem a pretensão de ser uma biografia. Apesar de contar muitas partes da vida do mentor e o mais consagrado da trupe, Roberto Gómez Bolaños, é importante ressaltar que há outros livros mais completos, inclusive escritos pelo próprio Roberto. De qualquer forma, gostei muito do conteúdo despretensioso e agradável que há na obra. 
Florinda Meza
A trajetória mostrada (literalmente) de Roberto - desde seu despretensioso início até a aposentadoria, é muito interessante.  Os múltiplos talentos ficam ainda mais evidentes através das fotos e da descrição das situações e condições que levaram o pequeno menino que pretendia ser jogador a se transformar em um fenômeno da comunicação e do entretenimento. 
A pretensão por trás deste lançamento da Editora Universo dos Livros é, além das vendas, a de agradar ao imenso público que idolatra até hoje Chaves e Chapolin, os personagens mais famosos de Bolaños. Mas essa não é a única virtude do livro. Quando lerem e descobrirem muitos detalhes da carreira de Roberto Bolaños, Florinda Meza, Maria Antonieta de las Nieves, Carlos Villagrán, Ramón Valdés, Rubén Aguirre e os demais integrantes de um grupo que foi sucesso no cinema, teatro e TV, entenderão melhor que a receita para o sucesso está no comprometimento, na amizade e inteligência, esta personificada através de Chespirito e sua extensa obra.
Através deste simples e agradável livro, pude descobrir que ainda há muito a se descobrir (e aprender) sobre como progredir através de um sonho e, principalmente, lutando por aquilo que acreditamos ser verdadeiro. 
Chaves, Chespirito, Chapolin ou qualquer outro nome... não importa. O que fica após ler este livro, além do desejo de ler os demais sobre o mesmo tema, é a sensação de que somos capazes de qualquer coisa, bastando ter força de vontade para ir onde outros não tiveram coragem de ir. A vida de Roberto, seus laços de amizades, suas falhas e tudo mais correlacionado à ascensão de um menino que cresce e vira um sucesso mundial, um ícone para crianças e adultos, servirá como inspiração para o leitor e, certamente, reforço para a admiração dos antigos e novos fãs. Recomendo a leitura...




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bethany Townsend, ex-modelo, expõe bolsa de colostomia de forma corajosa.

Bethany Townsend é uma ex-modelo inglesa que deseja, através de sua atitude, incentivar outras pessoas que sofrem do mesmo problema a não ter receio de se expor. Portadora de um problema que a atinge desde os três anos, Bethany faz uso das bolsas de colostomia  que são uma espécie de receptáculo externo conectado ao aparelho digestivo para recolher os dejetos corporais, e desejou mostrar publicamente sua condição.  Quero que outras pessoas não tenham vergonha de sua condição e é para isso que me expus , afirmou a ex-modelo. Bethany usa as bolsas desde 2010 e não há previsão para a remoção das mesmas.  Eu, pessoalmente, concordo com a atitude e respeito-a pela coragem e o exemplo que está dando. Não há outra opção para ela e isso irá forçá-la a viver escondida? Jamais... Veja o vídeo com o depoimento dela. Via BBC

Suzane Richthofen e a justiça cega

Por: Franz Lima .  Suzane von Richthofen é uma bactéria resistente e fatal. Suas ações foram assunto por meses, geraram documentários e programas de TV. A bela face mostrou ao mundo que o mal tem disfarces capazes de enganar e seduzir. Aos que possuem memória curta, basta dizer que ela arquitetou a morte dos pais, simulou pesar no velório, sempre com a intenção de herdar a fortuna dos pais, vítimas mortas durante o sono. Mas investigações provaram que ela, o namorado e o irmão deste foram os executores do casal indefeso. Condenados, eles foram postos na prisão. Fim? Não. No Brasil, não. Suzane recebeu a pena de reclusão em regime fechado. Mas, invariavelmente, a justiça tende a beneficiar o "bom comportamento" e outros itens atenuantes, levando a ré ao "merecido" regime semi-aberto. A verdade é que ela ficaria solta, livre para agir e viver. Uma pessoa que privou os próprios pais do direito à vida, uma assassina fria e cruel, estará convivendo conosco, c

Pioneiros e heróis do espaço: mortos em um balão

* Há exatamente 100 anos subir 7400 metros, num balão, era um feito memorável. Consagrados por isto, três franceses - Sivel, Crocé-Spinelli e Tassandier - resolveram tentar uma aventura ainda mais perigosa: ultrapassar os 8 mil metros de altitude. Uma temeridade, numa época em que não existiam os balões ou as máscaras de oxigênio e este elemento precioso era levado para o alto em bexigas de boi com bicos improvisados. Uma temeridade tão grande que dois dos pioneiros morreram. Com eles, desapareceu boa parte das técnicas de ascensão da época que só os dois conheciam. Texto de Jean Dalba Sivel No dia 20 de abril de 1875, mais ou menos 20 mil pessoas acompanhavam à sua última morada, no cemitério de Père-Lachaise, os despojos de Teodoro Sivel e de Eustáquio Crocé-Spinelli - os nomes, na época da produção do artigo, eram escritos em português para facilitar a leitura e "valorizar" nossa própria cultura. A grafia correta dos nomes é Théodore Sivel e Joseph Eustache Cr